domingo, 20 de setembro de 2009

Um romance baseado em fatos reais

A primeira cena se passaria no pátio de um colégio, com uma garota avistando de longe um menino que escondia as mãos no bolso da jaqueta.
Na sala de aula, eles conversam e tiram dúvidas um com o outro. As cenas seguintes são de gargalhadas e conversas interessantes. Com o passasr dos dias, ela perceberia que tê-lo como amigo ou esclarecedor de dúvidas não bastaria.
Ela passa a lhe entregar cartas descrevendo o que sente e numa outra cena ele aparece rasgando-as impiedosamente. Ela descobre que ele é apaixonado por uma garota cujos olhos são azuis e que não haviam chances de ser como ela. Apesar disso, ela continua o amando em silêncio.
No final do filme, nossa protagonista e a menina dos olhos azuis se tornam grandes amigas e recebe, enfim, uma declaração do menino que tanto esperou. Após muito sofrimento, ela ganha o primeiro beijo e o primeiro namorado.
Minha história mereceria estar em cartaz não só pelo roteiro romântico, mas por ensinar o público a não desistir de seus sonhos e de lutar pela própria felicidade.

- Pauta para a Capricho: Por que a sua vida daria um filme?
- Ao meu namorado, por me ensinar a ser forte e por me mostrar o que é felicidade. Eu te amo.
- À Flávia, por acreditar que a nossa amizade poderia existir (eu já te agradeci por isso antes?). Eu te amo, também, amiga.
- Prometo que amanhã eu tiro uma foto com os dois e posto aqui.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Expulso, tempo.


Por favor, um cartão vermelho ao tempo. Eu, aqui, morrendo de ansiedade e esses ponteiros parecem nem sair do lugar. Eu queria adormecer e acordar dentro do meu vestido, assoprando as velinhas dentro do salto alto ou rodopiando a tão sonhada valsa com meu príncipe a centímetros de mim. Eu queria estar dentro do salão agora: vivendo a noite em que eu completarei meus quinze anos.

Pauta para a Capricho: Para quem/o que você daria cartão vermelho?

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Se eu não me amasse tanto assim...


Eu nunca parava na frente do espelho para ver se meu cabelo estava em ordem ou se eu estava bem com a roupa que estava vestindo. Pelo contrário, eu fazia questão de passar bem longe de qualquer objeto que refletisse minha imagem.
Aos 14, com pouco mais de um metro e meio de altura, uns quilinhos sobrando, um cabelo mau cuidado, nenhum admirador secreto e uma autoestima constrangedora.
Eu não me amava. Aliás, eu não sabia como fazer isso. Como eu iria amar a mim mesma? As pessoas, geralmente, não amam outras pessoas? O que é amor-próprio, exatamente?
Mas com o tempo, eu aprendi: eu deveria simplesmente me aceitar. Deveria destacar minhas qualidades e tentar concertar os defeitos. Ao invés de lamentar por ter que passar corretivo nas espinhas, eu deveria agradecer por passar lápis nos olhos verdes. Aprendi que, em vez de ficar em casa comendo brigadeiro, eu poderia ir à academia com as amigas. Descobri que o meu cabelo, quando arrumado, ficava maravilhoso.
De bem com a balança, com o cabelo bonito e um salto alto, agora eu posso dizer que eu me amo. Eu até passei a gostar de espelhos.

Mas o que mudou mesmo foi aqui dentro: eu passei a acreditar mais em mim. Descobri que eu sou capaz, sim. Que além de defeitos, eu tenho muitas qualidades. Que se eu me amasse, os outros passariam a me amar também.

Até um admirador eu tenho agora (e olha que ele nem é tão secreto assim).


- À minha mãe, que sempre me dizia que eu só precisava me amar e por me convencer desde sempre que eu sou mesmo bonita. Eu te amo!

- Pauta para a capricho: Você se ama?