sábado, 14 de fevereiro de 2009

A (velha) timidez: como dominá-la?


Até aos 12 anos de idade, falar em público para mim não seria muito diferente do que ser condenada a forca. Eu era lá um pouco gordinha, e as espinhas também não colaboravam. Eu me sentia inferior, mesmo se estivesse em cima de um palco. Pelo contrário, meus defeitos seriam realçados justamente por ser a atenção do momento. Eu sempre me importei muito com o que os outros pensavam, e isso se tornou prejudicial à minha luta contra a timidez.
Me apresentar aos desconhecidos ou dançar em festas, era uma tarefa alienígena. Eu preferia deixar aquela palavra escrita errada no caderno, do que ter que pedir uma borracha emprestada.
Certo dia, eu decidi mudar. É claro que, não foi à partir do dia seguinte que eu me tornei uma pessoa extrovertida. Mas eu fui percebendo que eu estava deixando de fazer certas coisas, que só poderia fazer míseras vezes na vida.
Eu deixei de fazer amigos, não falei o que pensava, e nem fui quem realmente era (e sou né?). É como se eu fosse um ovo (sim, aquele objeto redondo que as galinhas botam), e a timidez, a casca. Eu só precisei quebrá-la, pra mostrar o que eu tinha de melhor.
Hoje, eu não posso dizer exatamente que não sou tímida, mas posso dizer que sei como dominá-la. Sei quando ela me prejudica, e sei quando ela está à meu favor.
Eu tenho coragem de pedir uma borracha emprestada quando esqueço a minha em casa, e não tenho medo de demonstrar meus sentimentos.
Suba em um palco você também. Não tenha medo do microfone, ele está sob o seu domínio. E a sua voz vai sair muito mais intensa do que você é capaz de imaginar.